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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Se o dia permitir...

Hoje, ao sair da redação e passar em frente a um mercadinho no bairro Menino Deus avistei uma garrafa da espumante Garibaldi. E na hora vieram lembranças da própria cidade de Garibaldi/RS, onde a bebida é produzida, e os incontáveis shows do Nenhum de Nós que já assisti lá.
Deu saudade deles...

Coincidência ou não, os últimos dois shows que fui, aconteceram nesta mesma cidade.

Parte I - 3/3/12

Na ida, um fato engraçado para nós. Paramos em um posto para ter informações de como chegar ao local do show, e uns garotos aproximaram-se do carro. Nós, rapidamente, cuidamos de fechar as portas, embora eles não parecessem perigosos. Eles abanavam e jogavam beijos, até aí tudo normal. Combinamos o caminho a seguir e o carro foi ligado novamente. Então, o inesperado! Um dos meninos ajoelhou-se na frente do carro e falava “Por favor, não vão embora!” um outro, mais alto, se jogou no capô e (inacreditável) LAMBEU o vidro. Eles beijavam o carro e suplicavam “Só um beijinho, pelo amor de deus”. Olha que vivi muitas experiências estranhas nesses quinze anos que tenho de shows do Nenhum, mas nunca ficamos tão chocadas com o que víamos em nossa frente. Foi hilário! Ríamos muito! Mais de supresa que por achar graça. O carro andava vagarosamente para o acostamento enquanto acenávamos (bem trancadas do lado de dentro) deixando para trás os rapazes, que ficaram gritando “Voltem! Voltem...”

A festa se realizou em um lugar grande e que nos encantou pela organização. Fazia tempo que eu não ia num show tão legal e para encontrar tantos conhecidos. A Contos de Água e Fogo Tour bombando! A música Camila, Camila tocou para mim nessa noite como em nenhuma outra...
Parecíamos crianças arteiras. Resolvemos até tentar pegar um cartaz enorme no meio de um canteiro, como fazíamos há anos atrás. Perdemos um pouco a habilidade para isso, devo confessar hahaha. Mas o talento de nos divertir e nos aventurar só se aprimora.

Retornamos falando sobre AMOR. Sobre o que seria, verdadeiramente, esse sentimento. Tenho passado meus dias e noites rodeadas por livros de Filosofia e nenhum, até agora, explica o amor. E os que tentam explicar, nada dizem de certo. Será que, como diz numa música, o amor é sempre igual “mesmo que mude”? Será que acaba? Se ele existe, como conhecer ou reconhecer? Se é algo "divino" ou não. Às vezes eu fico pensando se há mesmo diferença entre amor que temos por família, amigos e nos relacionamentos. Se não é apenas a aplicação - de um mesmo amor - que muda. Às vezes fico pensando o quanto eu queria saber um monte de outras questões...

Parte II - 1/5/12

Nossa volta à Terra da Champagne aconteceu muito tempo depois. Eu estava com uma BAITA SAUDADE dos guris, dos amigos e de viajar. Tantas coisas novas estão acontecendo, ao mesmo tempo, em minha vida que não consigo inventar uma maneira de “fugir” para vê-los. Este é um período agitado para mim. Muitos projetos iniciados e muito, muito, muuuito estudo!

Mas, “para noooooossa alegria”...

... Entrou na agenda um show que contemplava tudo o que eu sonhava: uma cidade próxima, o feriado e um ótimo horário. O Universo finalmente conspirava a favor!
Para não quebrar nosso protocolo básico, decidimos sair na última hora. Por feliz acaso, virou um encontro de velhos amigos. Inclusive, estamos adquirindo o que popularmente se chama “mania de velho”, pois, sem que combinássemos, tal junção ficou com cara de flashback. A todo momento alguém lembrava uma história antiga vividas ao som de alguma canção que rolava no show ou fazia as dancinhas (risos). Comemoramos demais esse encontro! Eu senti uma energia bastante limpa e boa.

As setlist foi a mesma da vez anterior, mas não dá para dizer que foi o mesmo show. Era ao ar livre, no centro. Famílias inteiras curtindo tudo sentadas em suas cadeiras de praia e era difícil não ver alguém tomando chimarrão e se escondendo do friozinho serrano.

Depois fomos encontrar a banda... Fiquei emocionada ao revê-los. Sinto falta de ser tudo como era, de ir em show todo o fim de semana e de saber sempre como eles estão. Ah... foi ótimo ótimo ótimo ótimo, mil vezes ótimo! É coisa de recarregar a bateria cansada e de tornar insignificantes as chatices do cotidiano. E ganhar aquele abraço infiniiiiiiiito de uma pessoa querida é viver a mágica de fazer desaparecer todas as preocupações do mundo...

Como a tradição manda (e esta nunca é quebrada), rodamos perdidos por mais algumas horas até achar a saída e dar adeus para a placa de boas vindas que cruzamos na chegada.

Paramos para um café, já perto de casa, e falamos de outras viagens que já fizemos juntos; falamos de compromissos e família; de como está nossa vida hoje em dia; falamos do tempo.
Tempo de escola. Tempo em que passávamos noites em claro pelas estradas, asfaltadas ou não, perigosas ou não. Tempo de emendar um show no outro durante dois, três, quatro dias seguidos e nunca cansar.
Falamos do tempo de agora. Tempo de tanto trabalho. Tempo de acordar sempre cedo. Tempo de não mais dirigir sem descanço. Falamos sobre ter filhos...
Concordamos que passava-se UM TEMPÃO desque que a gente se conhece. Bom tempo! Todo ele!!! E que nosso tempo presente também é MUITO BOM!
E que já era tarde e hora de ir para casa...

Nessas duas viagens algumas situações se repetiam. E observei que eram situações que se repetiam SEMPRE. Uma delas é o momento em que chegamos em casa. Notei que nos despedimos sempre, senão com as mesmas palavras, com a mesma expressão no rosto. Além disso, nesta última vez, vi que os sons da rua e o número de passos que eu dava até o portão eram quase os mesmos. Quando entrei no pátio o movimento natural, melhor dizendo,  obrigatório, foi olhar para trás... Minha amiga-irmã já estava (e reconheci que isto também acontecia sempre) com sua janela aberta. Fizemos o mesmo cumprimento de sobrancelhas uma para outra. O mesmo sorriso de aprovação. Um mesmo silêncio breve. E descobri que este silêncio sempre existira, mas que eu nunca o tinha percebido. Não era algo "de sempre". Surgia algo novo na cena! Espanto quase invisível... Reconheci outra coisa que sempre acontece: é exatamente este “algo novo”! Às vezes um novo tão pequeno que não notamos sua aparição. Uma transformação tímida que nada diz sobre si, mas age secretamente no que nos tornamos à partir das nossas voltas. Depois do "fechar de cortinas".

Fiquei olhando o carro partir até que virasse à esquina. E admiti que sei quase nada sobre pessoas e suas emoções e sei menos ainda sobre mim e o que anda acontecendo com a minha vida. Mas uma coisa afirmo com toda a segurança: enquanto existir esse silêncio entre o olhar para trás e os sorrisos que se encontram no fim de tudo “sei que sempre vai estar tudo bem...”

2 comentários:

  1. Sempre digo isso mas não canso de dizer, adoro ler tuas estórias, sorrio, me emociono, me vejo junto... e claro sempre lembrando com muito carinho de ti...
    Saudades!!
    Beijos

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  2. oi jaja dei uma passada aqui pra devulgar o meu blog que tbm fala do nenhum de nós que é http://meuvicioeonenhumdenos.blogspot.com.br/ se puder divulga para os outros fãs tambem beijos saudadas Djeynnie

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É uma grande honra ter seu comentário aqui!
=)